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Mostrando postagens de outubro, 2004

gíria

Agora pouco vi um cara falar com outro algo do tipo: "Ainda não tenho seu telefone, cabeção". No momento achei normal, mas depois pensei que se nunca tivesse ouvido esta gíria antes, iria estranhar muito. Realmente, da primeira vez que ouvi, estranhei. A imagem de uma pessoa com uma cabeça bem maior do que o normal é esquisita, e é isso o que imaginei nas primeiras vezes em que ouvi esta palavra. Mas agora, acho que estou me acostumando e "cabeção" daqui a pouco terá mesmo efeito de "cara", "meu" e de outras mais restritas como "mano", malandro", "campeão", "simpatia", etc.

ela merece

Em frente a uma favela isolada na marginal Tietê um imenso outdoor, como se fosse a voz dos moradores: a foto de uma menina sorridente segurando um cartaz: "Marta, ela merece ficar" Será que não foi uma idéia infeliz colocar o outdoor justo naquele lugar? Não é nada contra a Marta, mas facilmente alguém pensaria: "Mas por que ela merece ficar? Por causa desta favela? Por que aqueles moradores estão satisfeitos com toda aquela pobreza? Não entendi.

polícia e perfume

Estes dias vi na Paulista uma policial parada em frente a um vendedor ambulante. De imediato pensei que estava fiscalizando. Mas não. Estava mesmo interessada no produto. Eram perfumes. Provavelmente imitações. Achei estranho, pois sempre imaginei as policiais pessoas tão machas, tão machas, que seriam incapazes de se interessar por um perfume. Curiosidade: Ontem vi perto da estação da Luz uma mulher na rua vendendo perfumes em frascos embalados em bandejas de isopor e filme plástico, como presunto.

apito

Com esta mudança da empresa, sinto-me cada vez mais uma operária. Como trabalho uma hora a menos do que a maioria dos meus colegas, saio junto com o pessoal da gráfica. Pego o ônibus fretado, no qual tem uma média de 40 homens para 3 mulheres, diferente da turma da vinda, predominantemente feminina e jovem. Na ida, toca algo como Kid Abelha e Djavan. Na volta ouço música sertaneja e gracinhas masculinas. Tem um cara que insiste todo dia em abrir a janela e sempre tem um desavisado atrás que vai tomando vento e passando frio até todos reclamarem para que se feche o vidro. Este pessoal chega às 7h da manhã na empresa e acorda lá pelas 5h ou muito antes. Eu não acordo tão cedo assim, mas bato ponto, pego ônibus fretado e trabalho ao lado de indústrias como Bunge Alimentos e Roche, e às 17h, quando saio para pegar a condução, ouço um apito na gráfica e observo os funcionários se encaminharem para o vestiário. Então, sozinha, esperando-os chegar, lembro daquela música: "Quando o ap