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Mostrando postagens de agosto, 2004

necessidades inventadas

Já discuti com várias colegas que teimam em acreditar que fazer unha ou se depilar é uma necessidade feminina. Algumas usam o argumento de que é um hábito de higiene, outras chegam a se justificar dizendo que os pelos das pernas incomodam e é praticamente impossível conviver com eles. Nada disso me convence. Daria mais razão a alguém que dissesse que a maior necessidade de cultivar estes hábitos é a vaidade, uma questão estética ou a cobrança da sociedade e a falta de coragem de se impor à ela. Reconheço que é difícil para uma mulher brasileira usar uma regata quando não depilou as axilas. Conheço meninas que já fizeram isto e viraram alvo de riso para os homens e de crítica para as mulheres. Mas amigas, não me venham dizer que vocês precisam se depilar ou fazer as unhas, por favor. É tão difícil assim assumir que vocês fazem isto porque gostam, porque se sentem mais bonitas ou porque não conseguem ignorar o preconceito dos outros?

orkut 2

(visto de um dos ângulos) Agora os fazendeiros estão fazendo o rastreamento de sua boiada, uma exigência do governo para a exportação. Os seres humanos também gostam de fazer parte de um sistema de rastreamento. Um deles para mim, é um orkut. Mas isso, eles fazem por conta própria. "Sou como rês (...) desta multidão boiada, caminhando a esmo" Me perguntaram: Você conversa com estas pessoas da sua lista do orkut? Respondi: Praticamente não. É como uma carteira onde você guarda as fotos dos seus amigos.

não, não é papo de sapata

Dentre as belezas femininas estampadas nas ruas, em fotos, capas de revistas ou outdoors, uma tem me chamado a atenção há cerca de um mês. De dentro do ônibus, a vejo durante a ida e a volta do trabalho. Na ida ela está em um outdoor da Augusta, e na volta, em um ponto de ônibus da praça da República. É a moça que faz a propaganda para o novo shampoo Seda Guaraná Active. Ela tem um rosto muito bonito. Será que só eu reparei nisto? obs- Acho que os homens já devem ter percebido que as mulheres, além de reparar na beleza dos homens, também reparam na beleza das mulheres, às vezes até com mais intensidade, atenção e precisão. São suas amigas, mas também concorrentes.

mais uma de mendigos

Em uma das vezes que minha mãe veio para São Paulo, fomos passear, como de costume, no Bexiga, onde visitamos aquelas maravilhosas padarias com pão e outros produtos italianos. Almoçamos em uma cantina italiana e fomos a pé até a Paulista. No caminho, um homem sentado na calçada também fazia a sua refeição, acho que naquelas embalagens de alumínio para marmita. Interpelou-nos: Servidas? A pergunta foi tão inesperada que respondi automaticamente: "Não, obrigada". Afinal de contas, já estávamos satisfeitas.

orkut

Tenho certo receio de estar no orkut. Sem que ninguém exigisse eu me cadastrei e coloquei vários dados da minha vida a disposição de quem quiser. Alguns mais exaltados colocam endereço completo, telefone e celular. Agora, através de minhas comunidades, os outros podem descobrir em quais escolas estudei, onde morei, quam são meus amigos ou conhecidos. E através dos meus amigos podem saber mais e mais sobre mim. E qual o problema disto? Não posso calcular. Mas se um dia eu quiser fugir da cidade, do país, sei lá, talvez não seja difícil me encontrar. Mesmo que eu saia do orkut, não sei se meus dados serão realmente apagados.Eu sei, existem diversas maneiras de me encontrarem, estou dando apenas um exemplo. Acho que são dúvidas comuns a muitos que fazem conta de e-mail, usam o banco pela internet e outras coisas do tipo. Mas estas informações teoricamente estão guardadas para um grupo restrito. No orkut, não. Estão para qualquer um. Eu mesma já vasculhei a vida de muito gente, a sorte

pretexto para anunciar um blog

estes dias entrei no http://pulmaocabeludo.blogspot.com e parece que o blog chegou ao fim. O dono não quer mais postar porque está frio. Quer esperar a primavera, "quando tudo são flores, quando tudo é amor". O Sávio tem cada coisa... Só queria avisar que em São Paulo, pelo menos, tem feito uns dias bem quentes.

eu comigo mesma

Voltei a escrever no meu diário. Em todos estes anos já acumulei uma razoável pilha deles. Este negócio de blog influenciou a minha volta ao diário. Pensando pelas ruas o que escrever neste espaço, percebo que não gostaria de tornar algumas coisas públicas. Meu diário já sabe do blog, e agora o blog já sabe do diário. Pronto, já fiz as devidas apresentações.

mendigos

Há dias tenho pensado em escrever sobre o mendigo do Brás, que encontro diariamente quando atravesso a rua a caminho do trabalho. Agora aparecem estas notícias nos jornais sobre o espancamento e assassinatos de moradores de ruas. Hoje, quando o ônibus passou pela Sé, olhei um cobertor largado perto de um muro com alguns utensílios. Os pensamentos já vieram à cabeça. Mas acho que não só na minha, pois imediatamente o cobrador começou a conversar sobre o assunto dos mendigos com o motorista. O motorista, um cara muito mal-humorado, fez a seguinte observação: "eles não querem dormir no albergue pois lá têm regras, têm horário para dormir, têm que tomar banho, etc" Perto do ponto, penso: "será que vou encontrar o mendigo?". Sim, ele estava lá. Deitado com seu cobertor cinza, como sempre, desta vez de barba feita e cabelos cortados. Quem será que fez sua barba? Fico pensando. Agora, quando vejo as notícias sobre "moradores de rua" nos jornais, sempre procuro

aprendendo a dançar

"eu não sei dançar tão devagar para te acompanhar" estou aprendendo, ou tentando pelo menos, a dançar. Fico indignada pois não consigo entender a lógica os as sutilezas da dança a dois. Parece tão fácil, tão banal, mas eu tenho grande dificuldade. Descobri coisas importantes: o "cavalheiro conduz a dama", ou seja, o homem conduz a mulher. Isto já é um grande problema. Os caras geralmente reclamam: "olha, deixa que eu levo". Pois é só dar a mão ao rapaz e já saio dançando da minha maneira. Dançar sozinha é muito bom, você mexe os braços para onde quiser, vira do jeito que quiser e rebola do jeito que quiser. Não tem ninguém para encher o saco: olha, você está pulando demais, olha, você está rebolando demais, olha, você tem de mexer só o quadril, ou então, do quadril para baixo. Talvez eu tenha uma barreira psicológica para aceitar ser conduzida por um homem. Soa muito machista para mim, mas se eu quiser mesmo aprender, terei que aceitar esta idéia. A

malícia demais faz mal

As pessoas que me conhecem em geral me consideram ingênua. Estava hoje vendo uns chaveiros em uma lojinha. Aqueles bregas de ursinhos e cachorrinhos fofinhos. Preciso de chaveiros para as cópias das chaves de minha casa, pois às vezes preciso deixá-las com as visitas. Mas pensei, um chaveiro deste tamanho só serve para mulher, que pode colocá-los dentro da bolsa. Nenhum homem aceitaria andar com um desses por aí, pois não poderia escondê-lo no bolso da calça. Pensando isso, não percebia que a sacola que segurava estava na mesma altura da caixa de chaveiros. Ao perceber, tive um pressentimento e coloquei-a no chão. E não foi a toa, pois minutos depois dois homens comentar com a vendedora: "Olha, tem que prestar atenção. As pessoas vêm com sacolas e jogam as coisas para dentro". Por que será que falavam aquilo, por que será que tiveram aquele pensamento justamente naquela hora? Fiquei com raiva. Na certa, desconfiavam de mim. E então porque não me pediram para olhar a minh