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Mostrando postagens de agosto, 2006

Raquel e os sapatos

Minha mãe está em casa esses dias. Foi muito bom chegar em casa e me deparar com a presença dela. Algumas companhias são tão agradáveis que gostaríamos que elas ficassem por muito e muito tempo. Minha mãe, porém, volta esta semana para a nossa cidade. Mas pretendo viajar daqui um tempo e rever a família. No final de semana passado hospedei um cachorrinho maltês de uma amiga, o Shanty. Ele já tinha ficado em casa quando tinha uns seis meses. Desta última vez, completou um ano de idade. Até comprei uma coleira chiquérrima de presente para ele, que veio acompanhada de chaveiro e mais uma coleira de pescoço com um coração pendurado para gravar o nome. Peguei fácil afeição pelo bichinho. Levava-o para passear; quando estava fora, procurava não ficar o dia todo para não deixá-lo tão sozinho. Quando o entreguei aos donos, senti uma tristeza. Não estava encontrando o ossinho de plástico que ele gostava de morder e fiquei procurando-o durante um bom tempo pela casa na presença de seu dono. Quem

lenda do saco de pancadas

João agüentava desaforo de todo mundo: do chefe, dos colegas de trabalho, dos parentes, doa amigos. Porém tinha no seu quarto um saco de pancadas. Assim, ao chegar em casa, transformava em socos a sua raiva. Mais aliviado e com as mãos doloridas ia dormir. No dia seguinte, estava pronto para receber mais desaforos. E a rotina se repetia. Durante a noite, enquanto João dormia, o saco de pancadas, cansado de apanhar, chorava. Certa noite, uma fada madrinha que passava por perto em forma de estrela cadente, brilhando muito, mesmo no céu rosado da cidade poluída, ouviu seus lamentos. Transformou-o em um homem forte e bombadão que encheu João de porradas. De manhã, João acordou com o corpo quebrado, os olhos roxos e o rosto ensangüentado. Quando olhou o saco pendurado, que balançava levemente e com marcas de sangue, entendeu tudo. Mal conseguindo se locomover, foi em direção ao saco e o abraçou, caindo no choro. Nisto, o saco se apaixonou por João e João se apaixonou pelo saco. À noite, a