Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2009

uma mulher se maquiando

Uma mulher se maquiando chama a minha atenção. Gosto de ver como as cores e os traços modificam seu rosto. Apesar de a etiqueta dizer que não se deve maquiar em público, não deixo de encontrar mulheres que se maquiam diariamente em ônibus e no metrô. Mesmo com o balançar do transporte público, com as freadas bruscas, não se avexam e lascam da bolsa o lápis preto. Em um momento de pura concentração e dedicação, e também de certo perigo, fazem os traços de acordo com sua personalidade: finos ou largos, suaves ou marcantes, curtos ou longos, camuflados ou evidentes. Às vezes se quer um efeito sombreado, outras um traço preciso. O agito do veículo some nesse momento compenetrado. Tudo para. E eu mergulho nesse instante, com seriedade, acompanhando cada passo, esperando visualizar com sucesso o antes e depois, como naqueles programas de TV. Observo que o estojo de pó está pela metade e penso: “Essa deve se maquiar todo dia para ir ao trabalho”. Ou sinto uma leve frustração quando vejo que o

diálogo

Sinto que as almas estão presas. Vejo nas ruas almas apertadas, outras debatendo-se, outras sufocadas. As pessoas andam curvadas, andam ansiosas, desanimadas, mas não sabem onde estão sua alma, sequer pensam que têm alguma. Suas mentes a aprisionam. Suas mentes dão espaço demais pro julgamento alheio, para o objetivo de ser um vencedor dentro dos parâmetros criados por outras pessoas que também estão preocupadas com o julgamento alheio. Nossa mente cria muitos medos, cria muitas regras e se mune para não sofrer de novo as desilusões do passado. Porém, às vezes a munição pode ser pesada demais. “Você se lembra? Você me dizia que aos 17 anos gostava de andar pulando pela Avenida Paulista, só para ver a cara de desdém daquelas gravatas, daqueles saltos altos. Hoje, se alguém passa assim por você, talvez você ignore também, ou então dê um sorriso sutil, nostálgico. Parece que os grandes sonhos povoavam com mais facilidade a nossa mente. E hoje a gente tem o hábito de dizer logo depois de c