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Mostrando postagens de novembro, 2011

caixas brancas

Quando minha tia voltou de uma viagem à Europa, em 90, trouxe, entre muitas coisas, uma boneca para a minha prima. Não era uma boneca qualquer. Era daquelas que considerávamos chiques e as quais tínhamos, então, de tratar com todo o cuidado possível. Praticamente não era uma boneca de brincar, e sim, de enfeitar. Se não me engano, era feita de material que quebrava, talvez porcelana. Tinha o vestido de tecidos nobres para uma boneca, cheio de delicadezas e rendas. O rosto era bem feitinho, com traços finos, o que considerávamos exemplo de uma beleza europeia. Não me lembro ao certo da sua cor de cabelo, nem da cor de seu vestido; talvez fosse amarelo. Mas não esqueço da caixa em que a boneca veio: mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapatos, de papel duro e branca. Branca, branca, sem nada escrito, sem um número, uma palavra, um logotipo. Na minha experiência de criança, achei aquilo o máximo da sofisticação, se é que tal conceito já existia na minha cabeça. Era lindo. Uma bonec