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Mostrando postagens de março, 2005

caríssimos leitores, obrigada

Leitor(a), gosto de você. Não te conheço, mas você me lê. E este é um forte motivo para eu gostar de você. Por sua causa, este blog não é uma ilha com apenas um habitante. E olha que por muito tempo eu pensei que era. Mas eu descobri que você me lê e por isso eu fico feliz.

para quem leu as janelas e seus donos

Hoje, quando acordei, olhei distraidamente pela janela do quarto e ... "o que vejo na janela em frente?" A lata de Nescau sumiu, e em seu lugar apareceu uma lata de cerveja! (ainda não consegui identificar a marca). Deve estar cheia, como a minha de molho de tomate, pois uma lata vazia dificilmente agüentaria o peso da janela. Mas o que é isso? Uma competição. Agora, terei que aparecer amanhã com uma lata de óleo de soja? Quem sabe uma lata de aspargos ou de corações de alcachofra?

"dolly, dolly guaraná, dolly...

...Dolly guaraná... (vai baixando o volume) o sabor brasileiro (pianíssimo)" Não é difícil decorar o jingle que agora passa no intervalo comercial da TV Cultura. E a versão Páscoa que deram à propaganda é tenebrosa. Em uma imitação pífia dos bichinhos Parmalat, a música é cantada por um grupo de crianças que deveriam parecer coelhos, mas devido à maquiagem mal feita, parecem mais monstrinhos da floresta. É uma pena, pois elas devem ser bonitinhas. Mas monstrificaram as crianças.

ninguém está livre do erro

Justo hoje que ia falar de uma bola fora do Paulo Henrique Amorim, percebi que cometi um erro em um dos meus posts. Bem, mas como todos erram, vou lembrar mesmo assim da gafe do Amorim, que por sinal tem muito em comum com a minha. Em seu programa da tarde, uma repórter dava as últimas notícias do caso da família envenenada em Campinas. A polícia acabara de encontrar o diário da menina sobrevivente. O programa mostrava as imagens das páginas mais reveladoras, e uma delas tinha uma grande foto. "Amorim então explicou: aqui está uma foto da menina". Só que qualquer telespectador poderia perceber que a foto, que ocupava a página inteira do diário, era da não pouco conhecida cantora Sandy. A repórter tentou consertar: "é uma ídola da menina", mas a matéria continuou.

falha

Estou envergonhada. Disse ontem que os versos citados no post versinhos emprestados eram do Wando. Mas hoje uma dúvida veio me cutucar e resolvi pesquisar. Desculpem-me, eles são de um cantor chamado Agepê. Farei as correções imdediatamente.

junta de ídolos

Dias atrás vi na Paulista, sob pleno sol escaldante, uma fila enorme. Tive que andar muito para descobrir onde era o começo e o fim. Ela dobrava a Augusta e se concentrava na saída de um estacionamento. Ao redor da fila, vendedores ambulantes vendiam fitas coloridas para amarrar na cabeça com os mais diversos nomes, como Rouge, Zezé de Camargo e Luciano, Daniel etc. Perguntei a umas meninas: “pra que é a fila?” Responderam impacientes, como se eu fosse a única que não soubesse: “pra rádio”. Não entendi. Lembrei que fãs se reúnem em frente de hotéis para esperar seus ídolos. Insisti: “no hotel?” Acho que ficaram nervosas por eu perguntar o que para elas era o óbvio. Resolvi tentar com outra pessoa. Pensei: “será que é emprego para rádio? Será que tem tanta gente querendo trabalhar na rádio?” Mas logo vi crianças e bebês e imaginei que o motivo da aglomeração era outro. Uma mulher, então, deu-me uma resposta mais completa: naquele momento havia vários artistas de TV reunidos na rádio. Nã

versinhos emprestados

Certo dia ouvi em um programa humorístico de rádio um momento de poesia: os integrantes colocaram uma música brega e começaram a recitar versinhos. Um deles me chamou a atenção e me fez realmente considerar um possível talento dos rapazes para o humor: “Quero te pegar no colo te deitar no solo e te fazer mulher” “Hahaha, deitar no solo é boa! Para rimar com colo! Hahaha, muito bom!”, ri e pensei. Mas que ignorância a minha! Dias depois, ouvindo uma outra emissora, descobri que o trecho fazia parte de uma música de um cantor chamado Agepê.

felino no parque

Em uma manhã, no parque Trianon, dois senhores conversavam sentados em um banco. Entretidos no bate-papo ignoravam o banco em frente. A surpresa inicial já passara, provavelmente. O banco da frente chamava a atenção de quem passava. Nele, estava dormindo um homem, meio magro e não muito grande. Ele estava vestido com um macacão colante, com estampa de oncinha muito real, que cobria os braços e as pernas. Na cabeça, uma tiara dourada, bonita, como de princesa. Entre as sombras das árvores, o frescor da manhã e o vasto verde do parque, o homem parecia um felino descansando em seu habitat natural.

sapato na encruzilhada

Em uma longa viagem, de Florianópolis ao estado de São Paulo, o ônibus chegava à cidade de Curitiba. Na estrada, sinais de civilização, como algumas casas de periferia e estabelecimentos, ainda se misturavam com a paisagem natural da mata. Da janela, avistei um sapato vermelho de salto alto em uma encruzilhada. Este episódio aconteceu há anos, mas até hoje fico imaginando como este pé de sapato feminino foi parar ali. Será que estava lá há muito tempo, ou tinha chegado lá na noite anterior ou naquela manhã mesmo? Foi arremessado, esquecido ou abandonando propositalmente? Quem foi sua dona, ou dono? Estava quebrado? Tantos podem ser os motivos, mas eu não sei qual é o verdadeiro, apenas posso imaginá-los e ficar com a poesia da cena e dividi-la com você. Isto me dá um consolo.