João agüentava desaforo de todo mundo: do chefe, dos colegas de trabalho, dos parentes, doa amigos. Porém tinha no seu quarto um saco de pancadas. Assim, ao chegar em casa, transformava em socos a sua raiva. Mais aliviado e com as mãos doloridas ia dormir. No dia seguinte, estava pronto para receber mais desaforos. E a rotina se repetia.
Durante a noite, enquanto João dormia, o saco de pancadas, cansado de apanhar, chorava. Certa noite, uma fada madrinha que passava por perto em forma de estrela cadente, brilhando muito, mesmo no céu rosado da cidade poluída, ouviu seus lamentos. Transformou-o em um homem forte e bombadão que encheu João de porradas.
De manhã, João acordou com o corpo quebrado, os olhos roxos e o rosto ensangüentado. Quando olhou o saco pendurado, que balançava levemente e com marcas de sangue, entendeu tudo. Mal conseguindo se locomover, foi em direção ao saco e o abraçou, caindo no choro. Nisto, o saco se apaixonou por João e João se apaixonou pelo saco.
À noite, a fada madrinha, que gostava de passear por aquelas bandas, de novo em forma de estrela cadente, avistou o quarto de João e deu uma pirueta. Sentiu o clima entre os dois e resolveu ajudar, com uma ponta de felicidade nos lábios. Transformou o saco para sempre no poderoso, forte e bombado Cauã. Cauã passou a noite ansioso, esperando João acordar. Quando João acordou, deu de cara com Cauã. A fada, que assistia travestida de rolinha no parapeito da janela, fez os sininhos tocarem.
Os dois resolveram morar juntos e João passou a freqüentar a academia com Cauã. Às vezes os encontro na rua, bombadões, com regata cavada e bermuda, mesmo nos dias frios de inverno. Comparam um poodle toy. (Cauã não quis um pit bull; não gosta de clichês).
Em algumas tardes de domingo, enquanto assistem à TV na companhia do cachorrinho, o desaforo fica miando do lado de fora, em cima do tapete, e arranhando a porta de entrada. Mas João e Cauã já decidiram: não o levam mais para casa.
Durante a noite, enquanto João dormia, o saco de pancadas, cansado de apanhar, chorava. Certa noite, uma fada madrinha que passava por perto em forma de estrela cadente, brilhando muito, mesmo no céu rosado da cidade poluída, ouviu seus lamentos. Transformou-o em um homem forte e bombadão que encheu João de porradas.
De manhã, João acordou com o corpo quebrado, os olhos roxos e o rosto ensangüentado. Quando olhou o saco pendurado, que balançava levemente e com marcas de sangue, entendeu tudo. Mal conseguindo se locomover, foi em direção ao saco e o abraçou, caindo no choro. Nisto, o saco se apaixonou por João e João se apaixonou pelo saco.
À noite, a fada madrinha, que gostava de passear por aquelas bandas, de novo em forma de estrela cadente, avistou o quarto de João e deu uma pirueta. Sentiu o clima entre os dois e resolveu ajudar, com uma ponta de felicidade nos lábios. Transformou o saco para sempre no poderoso, forte e bombado Cauã. Cauã passou a noite ansioso, esperando João acordar. Quando João acordou, deu de cara com Cauã. A fada, que assistia travestida de rolinha no parapeito da janela, fez os sininhos tocarem.
Os dois resolveram morar juntos e João passou a freqüentar a academia com Cauã. Às vezes os encontro na rua, bombadões, com regata cavada e bermuda, mesmo nos dias frios de inverno. Comparam um poodle toy. (Cauã não quis um pit bull; não gosta de clichês).
Em algumas tardes de domingo, enquanto assistem à TV na companhia do cachorrinho, o desaforo fica miando do lado de fora, em cima do tapete, e arranhando a porta de entrada. Mas João e Cauã já decidiram: não o levam mais para casa.
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