Uma mulher se maquiando chama a minha atenção. Gosto de ver como as cores e os traços modificam seu rosto. Apesar de a etiqueta dizer que não se deve maquiar em público, não deixo de encontrar mulheres que se maquiam diariamente em ônibus e no metrô. Mesmo com o balançar do transporte público, com as freadas bruscas, não se avexam e lascam da bolsa o lápis preto. Em um momento de pura concentração e dedicação, e também de certo perigo, fazem os traços de acordo com sua personalidade: finos ou largos, suaves ou marcantes, curtos ou longos, camuflados ou evidentes. Às vezes se quer um efeito sombreado, outras um traço preciso. O agito do veículo some nesse momento compenetrado. Tudo para. E eu mergulho nesse instante, com seriedade, acompanhando cada passo, esperando visualizar com sucesso o antes e depois, como naqueles programas de TV. Observo que o estojo de pó está pela metade e penso: “Essa deve se maquiar todo dia para ir ao trabalho”. Ou sinto uma leve frustração quando vejo que o esfregar insistente da esponja com pó compacto no rosto não causa efeito algum, pelo menos para a minha percepção. “Será que ela acha que faz?”.
A mulher em frente ao seu pequeno espelho quase não nota a presença dos outros ao seu redor. Está com seu olhar fixo em seus próprios olhos, que vão ganhando novo visual com o lápis, o delineador, a sombra, o rímel. Ou tem seus olhos voltados para a maçã do rosto, que às vezes ganha blush. Também fica entretida com uma espinha, uma manchinha, as olheiras, que serão cobertas de base, pó ou pan cake. Enfim, está atenta a pequenas partes do rosto, limitadas pelo espelho, mas que formam um todo, que ela por enquanto não vê, e sim, os passageiros mais atentos.
Enfim, entra com cara de sono em uma estação e sai radiante em outra. E assim permanecerá, até que, à noite, o algodão, a loção demaquilante, o sabão e água da torneira mostrem no rosto, com mais ênfase, o cansaço de um dia todo, os sinais das emoções vividas e as olheiras, que parecem estar ligeiramente mais fundas.
A mulher em frente ao seu pequeno espelho quase não nota a presença dos outros ao seu redor. Está com seu olhar fixo em seus próprios olhos, que vão ganhando novo visual com o lápis, o delineador, a sombra, o rímel. Ou tem seus olhos voltados para a maçã do rosto, que às vezes ganha blush. Também fica entretida com uma espinha, uma manchinha, as olheiras, que serão cobertas de base, pó ou pan cake. Enfim, está atenta a pequenas partes do rosto, limitadas pelo espelho, mas que formam um todo, que ela por enquanto não vê, e sim, os passageiros mais atentos.
Enfim, entra com cara de sono em uma estação e sai radiante em outra. E assim permanecerá, até que, à noite, o algodão, a loção demaquilante, o sabão e água da torneira mostrem no rosto, com mais ênfase, o cansaço de um dia todo, os sinais das emoções vividas e as olheiras, que parecem estar ligeiramente mais fundas.
Comentários
o seu blog é bacaninha e numa das postagem me chamou a atenção.
Foi a postagem que vc fala do LANCHONETE ANGOLANA.
Eu dei um poko de risada pq de 2004 ate hoje venho trabalhando em empresas diferentes na região da paulista e sempre que da almoço neste lugar e concordo com vc no seu texto. Sempre eu vejo um mendigo la.
bjos.
se quiser ver o meu blog é http://decada00.blogspot.com/
orkut é
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?rl=ls&uid=4095041313907369761
aguardo visitas.