Pular para o conteúdo principal

necessidades inventadas

Já discuti com várias colegas que teimam em acreditar que fazer unha ou se depilar é uma necessidade feminina. Algumas usam o argumento de que é um hábito de higiene, outras chegam a se justificar dizendo que os pelos das pernas incomodam e é praticamente impossível conviver com eles. Nada disso me convence. Daria mais razão a alguém que dissesse que a maior necessidade de cultivar estes hábitos é a vaidade, uma questão estética ou a cobrança da sociedade e a falta de coragem de se impor à ela.
Reconheço que é difícil para uma mulher brasileira usar uma regata quando não depilou as axilas. Conheço meninas que já fizeram isto e viraram alvo de riso para os homens e de crítica para as mulheres.
Mas amigas, não me venham dizer que vocês precisam se depilar ou fazer as unhas, por favor. É tão difícil assim assumir que vocês fazem isto porque gostam, porque se sentem mais bonitas ou porque não conseguem ignorar o preconceito dos outros?

Comentários

Anônimo disse…
É verdade Lúcia,

É engraçado como as pessoas não assumem certas vaidades. Um homem por exemplo que usa brinco na orelha, deveria assumir que gosta de se enfeitar. Veja bem, enfeitar. É ou não é.

Eu, por exemplo, gosto de me enfeitar de vez em quando.

Sávio

Postagens mais visitadas deste blog

alemão

O dia em que o encontrei considerei um dia de sorte. Estava cansada dos pedreiros enrolados e picaretas que costumavam prestar serviço no meu prédio. Mas, mesmo com poucas esperanças, fui perguntar ao porteiro se ele conhecia alguém que poderia pregar umas prateleiras e um varal, além de fazer outros servicinhos pendentes no meu apartamento. Foi quando ele apareceu. E logo o porteiro falou: "Acho que o Alemão pode". E voltando-se para ele: "Não pode, Alemão?" Alemão era diferente dos outros. Forte, largo, galego, parecia ter 1,70 de altura x 1,70 de largura. Careca, fazia-me lembrar do tio Fester da família Addams, porém, tinha uma generosidade em seu falar. Combinamos um dia para ele apaecer em casa. No dia marcado, Alemão atrasou. Os porteiros me informaram em qual apartamento ele fazia a reforma. Fui até lá. Com um moço, seu ajudante, ele trocava o piso de um apartamento vazio. Fazia o trabalho descalço, acentando aqueles grandes pisos de cerâmica no chão. S

caixas brancas

Quando minha tia voltou de uma viagem à Europa, em 90, trouxe, entre muitas coisas, uma boneca para a minha prima. Não era uma boneca qualquer. Era daquelas que considerávamos chiques e as quais tínhamos, então, de tratar com todo o cuidado possível. Praticamente não era uma boneca de brincar, e sim, de enfeitar. Se não me engano, era feita de material que quebrava, talvez porcelana. Tinha o vestido de tecidos nobres para uma boneca, cheio de delicadezas e rendas. O rosto era bem feitinho, com traços finos, o que considerávamos exemplo de uma beleza europeia. Não me lembro ao certo da sua cor de cabelo, nem da cor de seu vestido; talvez fosse amarelo. Mas não esqueço da caixa em que a boneca veio: mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapatos, de papel duro e branca. Branca, branca, sem nada escrito, sem um número, uma palavra, um logotipo. Na minha experiência de criança, achei aquilo o máximo da sofisticação, se é que tal conceito já existia na minha cabeça. Era lindo. Uma bonec

ao senso comum

Enquanto o ônibus estava parado no semáforo vermelho, o motorista aproveitou para sair do ônibus rapidamente. Voltou com um copo de café para o cobrador. Lembrei que uma amiga minha já havia contado: eles tinham o costume de descer naquele ponto para buscar água no posto de gasolina. O cobrador perguntou: "Está bom?". E o motorista respondeu, sorrindo: "Não sei, não experimentei antes para saber!". Bem humorado voltou ao volante e o cobrador começou a tomar o seu café, em um copo descartável. "Mas está bom", continuou o cobrador com o diálogo. "É, está melhor que antes", completou. O motorista voltou-se para trás, entendendo. "É, antes eram eles que faziam. Agora são umas mulheres que estão fazendo". "É, está bem melhor", disse o cobrador. Olhei pela janela e observei o posto de gasolina: duas ou três mulheres frentistas. Nenhum homem no local. "Será que foram todos substituídos por mulheres?", pensei. E o motorista