Em uma das vezes que minha mãe veio para São Paulo, fomos passear, como de costume, no Bexiga, onde visitamos aquelas maravilhosas padarias com pão e outros produtos italianos. Almoçamos em uma cantina italiana e fomos a pé até a Paulista. No caminho, um homem sentado na calçada também fazia a sua refeição, acho que naquelas embalagens de alumínio para marmita. Interpelou-nos: Servidas? A pergunta foi tão inesperada que respondi automaticamente: "Não, obrigada". Afinal de contas, já estávamos satisfeitas.
O dia em que o encontrei considerei um dia de sorte. Estava cansada dos pedreiros enrolados e picaretas que costumavam prestar serviço no meu prédio. Mas, mesmo com poucas esperanças, fui perguntar ao porteiro se ele conhecia alguém que poderia pregar umas prateleiras e um varal, além de fazer outros servicinhos pendentes no meu apartamento. Foi quando ele apareceu. E logo o porteiro falou: "Acho que o Alemão pode". E voltando-se para ele: "Não pode, Alemão?" Alemão era diferente dos outros. Forte, largo, galego, parecia ter 1,70 de altura x 1,70 de largura. Careca, fazia-me lembrar do tio Fester da família Addams, porém, tinha uma generosidade em seu falar. Combinamos um dia para ele apaecer em casa. No dia marcado, Alemão atrasou. Os porteiros me informaram em qual apartamento ele fazia a reforma. Fui até lá. Com um moço, seu ajudante, ele trocava o piso de um apartamento vazio. Fazia o trabalho descalço, acentando aqueles grandes pisos de cerâmica no chão. S
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