Durante as férias, quando o ócio começa a tomar conta de mim, começo a ter idéias, como transformar uma calça velha em bermuda, etc. Então resolvi passar no alfaiate do meu pai. Expliquei para ele, mostrei o comprimento, onde seriam feitas as barras, e ele falou: "Pequenininho, né?" Não entendi e dei uma risada sem graça, fingindo que entendia. Depois que deixei o lugar, tive um estalo. Entrei no carro rindo e contei o episódio para o meu pai, que estava me esperando. Entre as risadas, meu pai falava: "Ele imaginou um homenzinho, hahaha".
Em um dia qualquer de trabalho, um colega que sentava ao meu lado chegou de manhã com um livro velho nas mãos. Me mostrou e perguntou se eu queria, pois ele já tinha uma edição daquele título. Havia encontrado no térreo da empresa, em uma prateleira em que os funcionários costumavam deixar livros que não queriam mais. Era No caminho de Swann, de Proust. Aceitei, já que não tinha o livro, mas um pouco descrente de que leria logo, pois andava na correria. Ao abri-lo, tive uma surpresa. Na folha de rosto, estava escrito à caneta provavelmente o nome de sua primeira dona, Rita, acompanhado de uma data: 06/06/81. Exatamente o dia em que nasci. Até prefiro ler livros mais novos, mas, depois dessa coincidência, topei em começar a ler este exemplar de páginas amareladas, manchadas e cheirando a velho. Ainda não terminei a leitura. Fiz paradas e retomadas. Em alguns momentos de extensa descrição, cheguei a me perguntar se deveria mesmo seguir, mas o meu encanto com a fineza de pensamento e d...
Comentários
Dou risada até hoje quando imagino o que se passava na cabeça do alfaite ao ver o tamanho das barras que seriam feitas na calça.
Lúcia
Falando em calças curtas, eu me lembrei de uma história incrível.
Dizem que um grupo de extra-terrestres certa vez decidiu salvar a humanidade. Então os alienígenas vieram para a Terra ajudar as pessoas e tals.
Os caras possuiam altas tecnologias, uma sociedade justa e todas aquelas coisas. Queriam nos mostrar (de graça!) como viver em paz e assim por diante, sabe?
Eles era muito pequenos - tipo 5 centímetros - e tinham a cabeça vermelha.
(Agora, imagine a calça deles!)
Pois bem, Lúcia, veja só! Os nossos amigos do espaço desembarcaram perto de um bar e, depois de muito esforço, o mais atlético deles escalou o balcão de fórmica.
Chegando lá, tentou estabelecer contato com um sujeito que bebia uma cerveja.
Preste atenção e me diga se isto não é incrível:
O sujeito no balcão pegou o pequeno salvador da humanidade e "riscou" a cabeça dele em uma caixa de fósforos.
O alienígena não acendeu.
Era essa a minha história.
E quem quiser que conte outra.
Felipe Z