À noite, estou novamente no metrô indo para a casa de uma amiga. Em uma estação, sentam-se perto de mim duas senhoras. Uma delas é bem velhinha e pequenina. Seus pés nem conseguem apoiar-se no chão. (Lembro-me agora daquelas fotos de quando eu era criança. Eu sentada no sofá da minha casa da vó e meus pés completamente no ar, não dava nem para dobrar o joelho.) A senhora me chama a atenção, não consigo parar de olhá-la, talvez porque seja muito idosa. Tento distrair o meu olhar com outras coisas e quando volto a observá-la, percebo algo em seu peito que não havia notado antes. Será que ela colocou de propósito ou a bolsa estava escondendo? Era um broche enorme, redondo, escrito: “Aparência mais jovem, pergunte-me como”.
O dia em que o encontrei considerei um dia de sorte. Estava cansada dos pedreiros enrolados e picaretas que costumavam prestar serviço no meu prédio. Mas, mesmo com poucas esperanças, fui perguntar ao porteiro se ele conhecia alguém que poderia pregar umas prateleiras e um varal, além de fazer outros servicinhos pendentes no meu apartamento. Foi quando ele apareceu. E logo o porteiro falou: "Acho que o Alemão pode". E voltando-se para ele: "Não pode, Alemão?" Alemão era diferente dos outros. Forte, largo, galego, parecia ter 1,70 de altura x 1,70 de largura. Careca, fazia-me lembrar do tio Fester da família Addams, porém, tinha uma generosidade em seu falar. Combinamos um dia para ele apaecer em casa. No dia marcado, Alemão atrasou. Os porteiros me informaram em qual apartamento ele fazia a reforma. Fui até lá. Com um moço, seu ajudante, ele trocava o piso de um apartamento vazio. Fazia o trabalho descalço, acentando aqueles grandes pisos de cerâmica no chão. S
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