Durante a minha infância ouvi, não lembro se de uma peça de teatro infantil, se de um filme ou de uma criança curiosa, que os fantasmas quando morriam viravam papel celofane. Lembrei disto hoje, quando procurava papel para enfeitar uma cesta de doces para a festa junina. Pensei a princípio, enfeitá-la com celofane vermelho, mas acabei optando pelos papéis de seda, que podiam ser vendidos avulsos. Na loja, havia celofanes de várias cores e os transparentes eram um pouco mais baratos. Mas os rolos com várias folhas eram mais opacos. Não tinham a transparência, a delicadeza e a fineza de uma folha sozinha, solta ao vento. Às vezes tenho a impressão que são como aquelas gelatinas sem sabor em lâminas, que ao contato com qualquer água morna, dissolvem-se. E penso, quantos fantasminhas plufts, gasparzinhos e camaradas não estão hoje nas papelarias e lojas de artigos para festas? Esperando para enfeitar aniversários infantis, festas juninas, beneficentes e escolares. Fazendo companhia a eles,...