Uma matéria sobre uma pesquisadora de blogs saiu no jornal da Unicamp desta semana. O início do texto me chamou atenção. Ficou gravado fortemente na minha memória. Era um trecho de um post de uma moça de 23 anos. Há poucos dias fiz 24, portanto a minha identificação com a menina foi grande. E principalmente com o tema , que apesar de se tratar de uma situação dela, com algumas variações, imaginei que poderia muito bem ser minha também. Ela falava mais ou menos assim com o leitor: "Veja a gravidade da minha situação. Tenho 23 anos. É quase meia-noite de sábado e eu estou costurando os buracos da minha calcinha". Bem, sexta-feira à noite, eu com meus recém-inaugurados 24 anos, estava em um bar, transbordando cerveja e provavelmente falando besteira. Porém 24 horas mais tarde estaria em casa, sozinha, estudando. Lembrei que havia deixado algo na máquina de lavar. Resolvi pendurar. Sim, era quase meia noite de sábado e eu estava pendurando minhas calcinhas no varal. Mera coincidência.
Em um dia qualquer de trabalho, um colega que sentava ao meu lado chegou de manhã com um livro velho nas mãos. Me mostrou e perguntou se eu queria, pois ele já tinha uma edição daquele título. Havia encontrado no térreo da empresa, em uma prateleira em que os funcionários costumavam deixar livros que não queriam mais. Era No caminho de Swann, de Proust. Aceitei, já que não tinha o livro, mas um pouco descrente de que leria logo, pois andava na correria. Ao abri-lo, tive uma surpresa. Na folha de rosto, estava escrito à caneta provavelmente o nome de sua primeira dona, Rita, acompanhado de uma data: 06/06/81. Exatamente o dia em que nasci. Até prefiro ler livros mais novos, mas, depois dessa coincidência, topei em começar a ler este exemplar de páginas amareladas, manchadas e cheirando a velho. Ainda não terminei a leitura. Fiz paradas e retomadas. Em alguns momentos de extensa descrição, cheguei a me perguntar se deveria mesmo seguir, mas o meu encanto com a fineza de pensamento e d...
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