Na empresa, atendi o telefone. Ajudei um senhor a resolver o seu problema, e ele, agradecido, disse-me na despedida: “Que a Nossa Senhora do Bom Parto lhe dê uma boa hora. Realmente, eu precisava de boas horas naquele trabalho. Achei muito interessante este modo de enxergar as coisas. Ao invés de se falar “uma boa tarde”, ou “um bom dia”, se falaria “uma boa hora”. Agora porque justo a Nossa Senhora do Bom Parto foi escolhida para cumprir esta função, e não um Nossa Senhora qualquer, eu não sei. Educadamente, retribuí a cortesia: “Para o senhor também”. E ele respondeu: “Ei, para mim não”.
O dia em que o encontrei considerei um dia de sorte. Estava cansada dos pedreiros enrolados e picaretas que costumavam prestar serviço no meu prédio. Mas, mesmo com poucas esperanças, fui perguntar ao porteiro se ele conhecia alguém que poderia pregar umas prateleiras e um varal, além de fazer outros servicinhos pendentes no meu apartamento. Foi quando ele apareceu. E logo o porteiro falou: "Acho que o Alemão pode". E voltando-se para ele: "Não pode, Alemão?" Alemão era diferente dos outros. Forte, largo, galego, parecia ter 1,70 de altura x 1,70 de largura. Careca, fazia-me lembrar do tio Fester da família Addams, porém, tinha uma generosidade em seu falar. Combinamos um dia para ele apaecer em casa. No dia marcado, Alemão atrasou. Os porteiros me informaram em qual apartamento ele fazia a reforma. Fui até lá. Com um moço, seu ajudante, ele trocava o piso de um apartamento vazio. Fazia o trabalho descalço, acentando aqueles grandes pisos de cerâmica no chão. S
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