Estava ontem na Paulista, esperando para atravessar a Augusta. Eu e mais uma multidão de gente, pois era início de noite, e então havia aquele movimento típico do pessoal que sai em massa do trabalho. O carros não paravam de passar, e muitos deles viravam da Paulista para a Augusta de repente. Os pedestres esperavam o sinal ficar verde. Eu, que moro nesta região, sei que a luz verde do sinal de pedestres naquele pedaço é coisa raríssima. Mesmo assim esperava, junto a todos.
Eis que uma moça resolve abandonar a multidão e atravessar a rua, pouco se importando se havia carros ou não. Em um instante, todo o pessoal avançou também, acompanhando-a. De repente, a rua foi tomada por pedestres caminhando nos dois sentidos. Os carros, que saiam da Paulista ar na Augusta, tiveram de se virar. Pois estava decidido que a vez não era mais deles, apesar de o sinal estar aberto. Os pedestres dominavam. Os carros ficaram parados, formando uma fila que invadia parte da Avenida Paulista.
Fiquei impressionada. Bastou um simples toquinho para que todos, que até então estavam parados, se colocassem em movimento. Penso: se era tão fácil assim atravessar a rua, porque esperavam até aquele momento, então? Provavelmente não sabiam direito porque estavam parados, muito menos porque estavam depois em movimento. Esperavam apenas porque todos esperavam. A primeira a atravessar a rua foi como um ímã. As pessoas simplesmente a seguiram, talvez sem mesmo se tocar se dava ou não para passar, se havia carros passando, se o sinal estava verde ou vermelho.
Já falei em um post desses que muitas vezes, distraidamente, sigo alguém que resolve atravessar a rua, mesmo com o sinal fechado ou com automóveis passando. Já no meio da rua, quando vejo um carro se aproximar, percebo que nem havia reparado se era tranqüilo ou não atravessar. Hoje mesmo aconteceu uma situação parecida com um senhor. Eu estava de um lado da rua, ele de outro. Do meu lado eu tinha uma boa visão dos carros. Como estava atrasada, calculei e passei. Ele, que até então esperava, ao me ver passando, atravessou também. Acho que se assustou um pouco quando viu que um carro estava tão próximo. Parece que também foi na inércia. Fiquei pensando: “sinto muito. Não te pedi para confiar em mim.”
Percebi que esse estado quase hipnótico, além de acontecer comigo ou com aquele senhor, também acontece com uma multidão. Isso me fez lembrar uma cena daqueles almoços de domingo com toda a família. Na cozinha, reparava naquelas travessas engorduradas que seriam lavadas. Cheias de água, forma-se uma camada de óleo na superfície. Quando pequena, ficava brincando de pingar detergente nesse óleo, para ver como tão rapidamente ele se separava. Era quase mágico como toda aquela camada se afastava só por causa de uma gota de detergente.
Eis que uma moça resolve abandonar a multidão e atravessar a rua, pouco se importando se havia carros ou não. Em um instante, todo o pessoal avançou também, acompanhando-a. De repente, a rua foi tomada por pedestres caminhando nos dois sentidos. Os carros, que saiam da Paulista ar na Augusta, tiveram de se virar. Pois estava decidido que a vez não era mais deles, apesar de o sinal estar aberto. Os pedestres dominavam. Os carros ficaram parados, formando uma fila que invadia parte da Avenida Paulista.
Fiquei impressionada. Bastou um simples toquinho para que todos, que até então estavam parados, se colocassem em movimento. Penso: se era tão fácil assim atravessar a rua, porque esperavam até aquele momento, então? Provavelmente não sabiam direito porque estavam parados, muito menos porque estavam depois em movimento. Esperavam apenas porque todos esperavam. A primeira a atravessar a rua foi como um ímã. As pessoas simplesmente a seguiram, talvez sem mesmo se tocar se dava ou não para passar, se havia carros passando, se o sinal estava verde ou vermelho.
Já falei em um post desses que muitas vezes, distraidamente, sigo alguém que resolve atravessar a rua, mesmo com o sinal fechado ou com automóveis passando. Já no meio da rua, quando vejo um carro se aproximar, percebo que nem havia reparado se era tranqüilo ou não atravessar. Hoje mesmo aconteceu uma situação parecida com um senhor. Eu estava de um lado da rua, ele de outro. Do meu lado eu tinha uma boa visão dos carros. Como estava atrasada, calculei e passei. Ele, que até então esperava, ao me ver passando, atravessou também. Acho que se assustou um pouco quando viu que um carro estava tão próximo. Parece que também foi na inércia. Fiquei pensando: “sinto muito. Não te pedi para confiar em mim.”
Percebi que esse estado quase hipnótico, além de acontecer comigo ou com aquele senhor, também acontece com uma multidão. Isso me fez lembrar uma cena daqueles almoços de domingo com toda a família. Na cozinha, reparava naquelas travessas engorduradas que seriam lavadas. Cheias de água, forma-se uma camada de óleo na superfície. Quando pequena, ficava brincando de pingar detergente nesse óleo, para ver como tão rapidamente ele se separava. Era quase mágico como toda aquela camada se afastava só por causa de uma gota de detergente.
Comentários
nao so com pedestres.
motoristas no transito tambem.
vc esta la, aguardando o farol abrir e, de repente, o carro na sua frente avanca. se estiver distraido, vc o segue imaginando que o motorista da frente nao seria louco de sair com o farol fechado. acontece que alguns sao. e vc, na ingenuidade, segue atras.
haha...
ando muito na paulista. sou pedestre convicto.
e nao respeito farol algum.
talvez, cole um adesivo na minha blusa... 'nao me siga! eu nao perco tempo esperando'.
b.