Pular para o conteúdo principal

necessidades inventadas

Já discuti com várias colegas que teimam em acreditar que fazer unha ou se depilar é uma necessidade feminina. Algumas usam o argumento de que é um hábito de higiene, outras chegam a se justificar dizendo que os pelos das pernas incomodam e é praticamente impossível conviver com eles. Nada disso me convence. Daria mais razão a alguém que dissesse que a maior necessidade de cultivar estes hábitos é a vaidade, uma questão estética ou a cobrança da sociedade e a falta de coragem de se impor à ela.
Reconheço que é difícil para uma mulher brasileira usar uma regata quando não depilou as axilas. Conheço meninas que já fizeram isto e viraram alvo de riso para os homens e de crítica para as mulheres.
Mas amigas, não me venham dizer que vocês precisam se depilar ou fazer as unhas, por favor. É tão difícil assim assumir que vocês fazem isto porque gostam, porque se sentem mais bonitas ou porque não conseguem ignorar o preconceito dos outros?

Comentários

Anônimo disse…
É verdade Lúcia,

É engraçado como as pessoas não assumem certas vaidades. Um homem por exemplo que usa brinco na orelha, deveria assumir que gosta de se enfeitar. Veja bem, enfeitar. É ou não é.

Eu, por exemplo, gosto de me enfeitar de vez em quando.

Sávio

Postagens mais visitadas deste blog

Crenças

Em um dia qualquer de trabalho, um colega que sentava ao meu lado chegou de manhã com um livro velho nas mãos. Me mostrou e perguntou se eu queria, pois ele já tinha uma edição daquele título. Havia encontrado no térreo da empresa, em uma prateleira em que os funcionários costumavam deixar livros que não queriam mais. Era No caminho de Swann, de Proust. Aceitei, já que não tinha o livro, mas um pouco descrente de que leria logo, pois andava na correria. Ao abri-lo, tive uma surpresa. Na folha de rosto, estava escrito à caneta provavelmente o nome de sua primeira dona, Rita, acompanhado de uma data: 06/06/81. Exatamente o dia em que nasci. Até prefiro ler livros mais novos, mas, depois dessa coincidência, topei em começar a ler este exemplar de páginas amareladas, manchadas e cheirando a velho. Ainda não terminei a leitura. Fiz paradas e retomadas. Em alguns momentos de extensa descrição, cheguei a me perguntar se deveria mesmo seguir, mas o meu encanto com a fineza de pensamento e d...

ao senso comum

Enquanto o ônibus estava parado no semáforo vermelho, o motorista aproveitou para sair do ônibus rapidamente. Voltou com um copo de café para o cobrador. Lembrei que uma amiga minha já havia contado: eles tinham o costume de descer naquele ponto para buscar água no posto de gasolina. O cobrador perguntou: "Está bom?". E o motorista respondeu, sorrindo: "Não sei, não experimentei antes para saber!". Bem humorado voltou ao volante e o cobrador começou a tomar o seu café, em um copo descartável. "Mas está bom", continuou o cobrador com o diálogo. "É, está melhor que antes", completou. O motorista voltou-se para trás, entendendo. "É, antes eram eles que faziam. Agora são umas mulheres que estão fazendo". "É, está bem melhor", disse o cobrador. Olhei pela janela e observei o posto de gasolina: duas ou três mulheres frentistas. Nenhum homem no local. "Será que foram todos substituídos por mulheres?", pensei. E o motorista...

alemão

O dia em que o encontrei considerei um dia de sorte. Estava cansada dos pedreiros enrolados e picaretas que costumavam prestar serviço no meu prédio. Mas, mesmo com poucas esperanças, fui perguntar ao porteiro se ele conhecia alguém que poderia pregar umas prateleiras e um varal, além de fazer outros servicinhos pendentes no meu apartamento. Foi quando ele apareceu. E logo o porteiro falou: "Acho que o Alemão pode". E voltando-se para ele: "Não pode, Alemão?" Alemão era diferente dos outros. Forte, largo, galego, parecia ter 1,70 de altura x 1,70 de largura. Careca, fazia-me lembrar do tio Fester da família Addams, porém, tinha uma generosidade em seu falar. Combinamos um dia para ele apaecer em casa. No dia marcado, Alemão atrasou. Os porteiros me informaram em qual apartamento ele fazia a reforma. Fui até lá. Com um moço, seu ajudante, ele trocava o piso de um apartamento vazio. Fazia o trabalho descalço, acentando aqueles grandes pisos de cerâmica no chão. S...