Ela viu a outra segurando a sacola da Betty Boop e não conseguiu mais tirar os olhos. Ela gostava da Betty, parecia com a personagem quando era criança; não pela sexualidade, mas sim porque era magrinha e tinha um cabeção. A outra perguntava-se: “Por que esta menina me olha tanto? Estou ficando incomodada”. E ela pensava: “Nossa, a moça deve estar estranhando eu olhá-la tanto assim. Mas que droga! Não estou olhando para ela, mas para a sacola. Onde será que arranjou?”
Quando a outra mirava o olhar para a sua direção, ela virava a cabeça para disfarçar. Continuaram nesta situação desconfortável até o ônibus chegar. Imagino como seria se tivessem falado uma para a outra os seus pensamentos. Acho que teriam esclarecido tudo e saído aliviadas. Mas não se conheciam e não tinham o hábito de falar o que dá na telha para desconhecidos. Além disso, são apenas detalhes de uma breve passagem do cotidiano.
Agora deixemos nossas personagens em paz, pois em alguns segundos esquecerão este incômodo, se é que perceberam que havia algum.
Quando a outra mirava o olhar para a sua direção, ela virava a cabeça para disfarçar. Continuaram nesta situação desconfortável até o ônibus chegar. Imagino como seria se tivessem falado uma para a outra os seus pensamentos. Acho que teriam esclarecido tudo e saído aliviadas. Mas não se conheciam e não tinham o hábito de falar o que dá na telha para desconhecidos. Além disso, são apenas detalhes de uma breve passagem do cotidiano.
Agora deixemos nossas personagens em paz, pois em alguns segundos esquecerão este incômodo, se é que perceberam que havia algum.
Comentários
Muito bom mesmo, bela mente.