As crianças de São Paulo convivem, desde cedo, com um rio que fede. Para elas, isto deve ser natural. Passam pelo rio com grande indiferença, ignorando seu cheiro, sua cor e o fato de que ele já foi limpo e cristalino um dia. Já passaram por ele muitas vezes e sabem que vão passar no dia seguinte. Estranhamento diário é besteira, além do mais, quando elas nasceram, ele já era assim.
Observo agora umas crianças de uma pequena cidade do interior dentro de um carro, chegando na capital a passeio. É uma tarde quente e ensolarada e os vidros estão abertos. Sabem que vão contornar o famoso rio que fede e isso causa grande alvoroço no veículo. O rio é um grande ponto turístico e, para enaltecê-lo, elas não fazem por menos: com gestos exagerados fecham os vidros rapidamente, tapam os narizes, prendem a respiração e simulam uma sensação de sufoco. Agitadas e com olhares deslumbrados dizem: “Eca!”
Observo agora umas crianças de uma pequena cidade do interior dentro de um carro, chegando na capital a passeio. É uma tarde quente e ensolarada e os vidros estão abertos. Sabem que vão contornar o famoso rio que fede e isso causa grande alvoroço no veículo. O rio é um grande ponto turístico e, para enaltecê-lo, elas não fazem por menos: com gestos exagerados fecham os vidros rapidamente, tapam os narizes, prendem a respiração e simulam uma sensação de sufoco. Agitadas e com olhares deslumbrados dizem: “Eca!”
Comentários